Recuperação do Cerrado: Potencial Econômico e Ambiental

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Imagem aérea do Cerrado em recuperação, com vegetação nativa se regenerando em uma área reflorestada.
Vista aérea do desmatamento do Cerrado nativo em São Desidério, oeste da Bahia. — Foto: Getty Images

O Cerrado brasileiro, frequentemente chamado de “celeiro do mundo” e “caixa d’água do Brasil”, desempenha um papel crucial na produção agrícola nacional e na preservação de nascentes de importantes bacias hidrográficas.

Contudo, enfrenta um desafio significativo: aproximadamente 6 milhões de hectares de áreas de preservação permanente (APP) e reservas legais (RL) foram desmatados e necessitam de recuperação. De acordo com um estudo do Instituto Escolhas, a recuperação dessas áreas poderia gerar R$ 781,3 bilhões em benefícios econômicos. (Fonte: Um Só Planeta)

Investimento Necessário e Retorno Econômico

Para restaurar essas áreas, estima-se um investimento de R$ 132 bilhões. O retorno econômico viria de diversas formas, incluindo a valorização da terra, maior produtividade agrícola sustentável e a venda de créditos de carbono.

Além disso, a restauração pode tornar o Brasil mais competitivo no mercado internacional, já que empresas e países estão priorizando fornecedores com práticas sustentáveis.

Impacto Ambiental Positivo

Além dos benefícios financeiros, a recuperação do Cerrado pode trazer impactos ambientais significativos:

  • Sequestro de carbono: A recuperação pode remover 2,38 bilhões de toneladas de CO₂ da atmosfera, o que equivale a todas as emissões do Brasil em 2023.
  • Proteção dos recursos hídricos: O Cerrado abriga nascentes essenciais para bacias hidrográficas que abastecem milhões de brasileiros.
  • Preservação da biodiversidade: O bioma Cerrado é um dos mais ricos em espécies endêmicas, e sua degradação ameaça diversos ecossistemas.

Geração de Empregos e Produção Sustentável

A restauração dessas áreas também pode gerar 1,8 milhão de empregos diretos e indiretos em setores como o reflorestamento, a agricultura regenerativa e o ecoturismo.

Além disso, existem oportunidades econômicas diretas com:

  • Produção de madeira sustentável: Estima-se que a restauração possa gerar 942 mil metros cúbicos de madeira.
  • Produção de alimentos em sistemas agroflorestais: A recuperação das APPs pode resultar na produção de 26,6 milhões de toneladas de alimentos.
  • Geração de renda com créditos de carbono: Empresas que investirem em projetos de reflorestamento podem comercializar créditos de carbono no mercado internacional.

Como Empresas e Produtores Podem Contribuir?

Empresas do agronegócio, governos e investidores podem se engajar na restauração do Cerrado através de:

  1. Incentivos financeiros e fiscais: Criar políticas que recompensem produtores que restauram áreas degradadas.
  2. Parcerias público-privadas: Projetos de reflorestamento financiados por empresas podem gerar retorno social e ambiental.
  3. Criação de corredores ecológicos: Restaurar áreas estratégicas para conectar fragmentos de vegetação nativa.

Para entender melhor as políticas públicas relacionadas à restauração, acesse o Plano N acional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg).

Conclusão

A recuperação do Cerrado não é apenas uma necessidade ambiental, mas também uma grande oportunidade econômica para o Brasil. Com os incentivos corretos, o país pode alavancar sua posição como referência em sustentabilidade, preservando a biodiversidade e garantindo segurança hídrica para as próximas gerações.

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