COP 30 Amazônia representa o maior evento climático da história para as comunidades extrativistas. Pela primeira vez, seus líderes estão sendo ouvidos de forma ampla e significativa, como afirma Manoel Cunha, gestor da Reserva Extrativista do Médio Juruá e figura reconhecida como sucessor de Chico Mendes.
Amazônia em colapso: entre queimadas e desmatamento acelerado
Durante sobrevoo pela região entre Porto Velho e Lábrea, Cunha identificou vastas áreas queimadas, revelando a grave perda ecológica do território. Segundo ele, há espécies sendo destruídas antes mesmo de serem descobertas pela ciência. A floresta está sendo consumida pelas bordas, pressionada por grileiros e pecuaristas ilegais.
Mudanças climáticas na Amazônia profunda: realidade cruel
Os efeitos climáticos são extremos. A quebra dos ciclos naturais coloca em risco a reprodução dos peixes e a colheita de sementes como murumuru e andiroba. Contratos foram cancelados, comunidades perderam milhões em recursos, e a seca tem afetado o manejo sustentável do pirarucu, principal fonte de renda local.
Políticas públicas e sustentabilidade: uma nova esperança
Cunha destaca que o fortalecimento das organizações comunitárias foi essencial. Mulheres agroextrativistas e produtores rurais transformaram a cadeia produtiva, eliminando atravessadores e exportando seus produtos de forma direta e valorizada. Iniciativas de manejo florestal agora focam em artefatos de madeira legal como pratos e travessas, agregando valor e evitando competição com o mercado ilegal.
Pressão da pecuária: ameaça silenciosa ao conhecimento tradicional
O avanço do gado sobre os territórios tradicionais representa mais do que perda de floresta: gera pobreza, fome e desaparecimento cultural. Cunha critica a pecuária extensiva como geradora de riqueza concentrada à custa da destruição de comunidades inteiras.
COP 30 e o protagonismo dos guardiões da floresta
Para Cunha, a COP 30 Amazônia é a mais importante da história. Diferentemente das edições anteriores, esta traz à tona vivências reais. Os impactos ambientais não são mais projeções científicas, mas perdas concretas e sociais. É, segundo ele, a “COP dos sonhos”.
O futuro da Amazônia está em mãos comunitárias
As soluções vêm de dentro. Ao empoderar lideranças locais e escutar quem vive na floresta, o Brasil pode construir políticas públicas reais. Manejo sustentável, comércio justo e valorização dos saberes tradicionais são os caminhos para reverter o colapso climático.
Link interno: Leia também sobre as propostas ambientais em debate no Congresso Nacional
Link externo: Acesse a entrevista completa no O Globo.
Créditos e Referências: Fonte: O Globo, Daniela Chiaretti, https://oglobo.globo.com/google/amp/brasil/cop-30-amazonia/noticia/2025/07/25/entrevista-essa-e-a-cop-dos-nossos-sonhos-diz-lider-extrativista-visto-por-comunidades-como-sucessor-de-chico-mendes.ghtml, Acesso em 27/07/2025